Arthur José Poerner (1939), escritor, jornalista, professor e compositor carioca. Bacharel em Direito, com pós-graduação em Comunicação. Ex-presidente da Fundação Museu da Imagem e do Som (MIS) e do Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro. Ex-professor de Jornalismo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Participante ativo da resistência à ditadura militar, sobretudo no Correio da Manhã e no Pasquim, foi o mais jovem brasileiro a ter os direitos políticos suspensos por 10 anos, em 1966. Seu livro O poder jovem foi um dos primeiros 20 proibidos. Preso em 1970, obteve asilo político na Alemanha. Voltou em 1984 como editor de Cultura da TV Globo. É membro titular do Pen Clube do Brasil e integrou o Conselho Deliberativo e a Comissão de Ética dos Meios de Comunicação da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Condecorado, em 2000, com a Medalha de Mérito Pedro Ernesto, da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, e, em 2005, com o Título de Benemérito do Estado do Rio de Janeiro, da Assembléia Legislativa. Medalha Chico Mendes de Resistência 2010.
Carta/FMIS/Geproart Rio de Janeiro, 14 de janeiro de 2011.
Prezado Senhor
Arthur Poerner
O Museu da Imagem e do Som vem desde 1965 preservando e difundindo a memória audiovisual do Estado do Rio de Janeiro através de um acervo de coleções privadas de personalidades importantes da cultura brasileira.
Como é do seu conhecimento, o MIS desenvolve um programa de depoimentos com personalidades das mais diversas áreas da cultura denominado “Depoimentos para a Posteridade”.
No dia 26 de janeiro de 2011, quarta-feira às 13:30h, no Auditório da sede da Praça XV, situada à Pça Luiz Souza Dantas nº01, o projeto contará com a importante presença da cantora Elza Soares, cuja trajetória é muito importante para nossa memória cultural. Por essa razão, a direção da FMIS tem o prazer de convidá-lo para participar desse evento, integrando a mesa de entrevistadores.
RIO - Após cinco anos fora do carnaval, a Banda do Leme ressurgirá das ondas para agitar mais uma vez o bairro da Zona Sul e homenagear Chacrinha, o Velho Guerreiro, ex-morador do Leme. Da Praça Ari Barroso saem os primeiros acordes dos metais que percorrem as avenidas Atlântica, Princesa Isabel e Nossa Senhora de Copacabana, para desembocar na estreita Rua Gustavo Sampaio.
Fundada após a conquista do Tricampeonato Mundial, em 1970, e apadrinhada pela Banda de Ipanema, a Banda do Leme desfilou pela primeira vez no carnaval de 1971 com uma corte de tirar o chapéu. Ela tinha Aroldo Costa, como general da banda; o maestro Eron Costa; Mário Lago; as duas irmãs Marinho, Mary e Olívia; e a musa de Di Cavalcanti, Marina Montini.
O jornalista José Benevides, presidente da Banda nos anos 80, considera que a decadência aconteceu por causa da falência dos bailes de clube.
- A volta dos bailes será um incentivo para o retorno das bandas. O sucesso delas se deu porque eram bailes ao ar livre, de graça e perto de casa.
A presidente da Banda do Leme, Sandra Lima, trabalha para que, em seu aniversário de 41 carnavais, a banda integre asfalto e morro, como a Rua Ari Barroso, que também dá nome à Praça onde nasceu a fanfarra da beira-mar.
No time de Sandra, jogam Alvinho, ex-presidente da Mangueira e Marly Spíndola, da Unidos da Tijuca, ambos moradores do Leme.
- No último desfile, em 2006, o Bloco do Carlinhos de Jesus parou o carro de som para deixar a Banda do Leme passar - conta Sandra.
Carlinhos de Jesus recorda o fato e destaca:
- O que falta para a alegria completa dos cariocas é mais gentileza nas atitudes do dia a dia, no trânsito, principalmente. O carnaval é a celebração da alegria e da espontanaedade. Vamos esbanjar gentileza!
Um dos responsáveis pela conquista do tri no México, o Furacão da Copa Jairzinho também mora no bairro e desfilava na banda. Na última performance, em 2006, o jogador foi homenageado junto com outras celebridades do bairro:
- Adoro carnaval e a Banda do Leme faz parte da história do nosso bairro.
O presidente da Associaçãode Bandas Carnavalescas do Estado do Rio de Janeiro,Valdecy Rego conta:
- São 14 bandas só em Copacabana e, graças à força e à juventude do pessoal da Riotur, o carnaval de rua foi retomado.
No time que não só viu a banda passar, mas sempre fez parte dela, está Arthur Poerner. O escritor tem um livro, já em segunda edição, publicado sobre a história do bairro e conta situações ímpares dos foliões desta Banda. Uma delas é com Ilves Gaspar, um dos ex-presidentes da Banda do Leme, já falecido:
"Depois de uma jornada de muitos chopps, já sonolento e um tanto quanto prejudicado, ele pegou um táxi, e ordenou: 'Belford Roxo!', a rua em que morava, a três quadras do Leme. Quase uma hora depois, foi acordado pelo motorista, já na Baixada Fluminense, para informar a rua em que pretendia ficar".