terça-feira, 15 de outubro de 2013

Convite: Fotobiografia de Antonio Callado


De Ana Arruda Callado:

Poerner, você está no livro. Espero você por lá.

Beijo,

Ana


sábado, 12 de outubro de 2013

Os 80 anos de João do Vale


Foto de Maria Luzia Couto Teixeira

     Não fosse o escritor Márcio Paschoal, meu vizinho no Leme e biógrafo do João do Vale, eu não me lembraria de que este grande compositor maranhense, meu querido amigo e inesquecível parceiro, se estivesse vivo, teria chegado ontem aos 80 anos de idade. Autor, entre outros sucessos, de "Carcará", "Pisa na fulô" e "Peba na pimenta", ele se tornou conhecido nacionalmente com o espetáculo musical "Opinião", o primeiro show de resistência à ditadura, encenado no Rio de Janeiro logo após o golpe militar, em 1964. Foi lá, no teatrinho da Siqueira Campos, em Copacabana, aonde não cansávamos de voltar, em busca de alento na resistência do Carcará à seca nordestina, que conheci João do Vale, Martinho da Vila ainda sargento e Caetano chegando com a Bethânia, que viera substituir Nara Leão, como menina da classe média da Zona Sul. O terceiro protagonista, representando a favela, era o Zé Kéti.
     A foto é do meu último encontro com o João do Vale, em São Luís, onde eu estava para palestra e noite de autógrafos, em outubro de 1995. Ele tinha voltado a morar no Maranhão e continuava, com o bom humor que nunca lhe faltou, tentando se refazer do AVC que o tornara dependente de cadeira de rodas. A nossa música, o coco "Pra multiplicar o bem" ou "Catirino", havia sido gravada, no ano anterior, pela Vanja Orico, com a participação especial do Quinteto Violado.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Paulo Freire


    Em 17 de setembro, Joyce da Frota Sobreira compartilhou um link no Facebook sobre a obra completa de Paulo Freire grátis para download:

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/04/obra-completa-de-paulo-freire-gratis-para-download.html

Arthur Poerner Muito importante, Joyce, esta disponibilização, pois este pernambucano foi, como o baiano Anísio Teixeira e o mineiro Darcy Ribeiro, um dos principais educadores que tivemos. Com o seu método de alfabetização, calcado na realidade e aliado à conscientização política dos alfabetizandos, ele dirigiu, no governo João Goulart, o Plano Nacional de Educação, até o golpe militar de 1964 forçá-lo a se exilar no Chile. O método foi adotado em outros países, e a sua tese, que "a melhor educação do mundo é 100% estatal, gratuita e universal", é dissecada em alguns dos seus livros, como " Educação como prática da liberdade" e "Pedagogia dos oprimidos". Durante o meu exílio, tive a oportunidade de conversar com ele num convento franciscano na Alemanha. Atualmente, quem mais se tem destacado na luta pela educação em nosso país é, a meu ver, o meu amigo senador Cristovam Buarque.

    Em 9 de outubro, recebi e-mail de Pedro Viegas:

Carísssimo Poerner

Lendo um comentário teu sobre o mestre Paulo Freire, recordei que tinha em meu arquivo algumas fotos dele, feitas por mim. Uma, em seu escritório, para a revista Imprensa. Mostrou-me feliz a casa que habitava. O tempo rolou e bem mais adiante voltamos a nos encontrar em um cinema, numa promoção do Sindicato dos Professores (Sinpro) de São Paulo, que apresentava o filme O que é isso companheiro (que não gostei e sigo não gostando). Mas ele estava emocionado. Conversamos um pouco. Apresentou-me sua companheira. Dias depois faleceu. Não tenho a data dessa foto, mas não é a data que importa, mas creio que foi sua última foto, ao menos ao que saiba. Estou enviando por respeito a ele, à sua memória. E dando liberdade para ser usada se preciso for por quem escrever sobre aquele gigante educador.
Abraços do sempre Viegas.

 Paulo Freire em seu escritório em São Paulo (1977)

Após a sessão exclusiva do filme "O que é isso, companheiro?" no Sinpro (1997)