sábado, 23 de julho de 2016

A explosão dos conflitos raciais nos EUA

      
 A explosão dos conflitos raciais nos EUA vem tornando cada vez mais injustificáveis e até bizarras as cobranças oficiais norte-americanas pelo respeito aos direitos humanos em Cuba e noutros países. Exigências que, por serem ideológicas e imperialistas - e não de cunho humanitário -, poupam, descaradamente, os aliados de Washington, como a Arábia Saudita, por exemplo.
       A matança de negros por policiais brancos, sem a punição dos culpados, já virou um escândalo internacional, emoldurado pelo ressurgimento de grupos extremistas que defendem a supremacia branca, como a Ku Klux Klan, e a ausência de qualquer tipo de controle sobre a venda de armas e munições.
       Embora os negros representem apenas 13% da população total dos EUA, o índice de assassinato deles é oito vezes maior do que o de brancos. É claro que o Brasil, onde negros e pobres também são as maiores vítimas da violência policial, está longe de ser um modelo a seguir, mas, pelo menos, não caímos no ridículo de nos arvorarmos em baluartes mundiais dos direitos humanos.

                                        Arthur Poerner

sexta-feira, 22 de julho de 2016

"Arthur Poerner entre estudantes e intelectuais ((1965-1968)"



Dissertação de Thiago Castro sobre o semanário carioca de oposição à ditadura "Folha da Semana" e o livro "O poder jovem", de Arthur Poerner. THIAGO: "Escrevi minha dissertação de mestrado em Ciências Sociais. Se houver interesse em conhecer um pouco mais sobre o jornal e a atuação de Poerner, aqui segue o link ao repositório institucional da UNESP:"

Em circulação entre os anos de 1965 e 1966, o jornal Folha da Semana teve um papel fundamental na articulação de inúmeros núcleos intelectuais e artistas dispersos pelo golpe em 1964. Um periódico que possibilitou a visibilidade de inúmeras questões referentes à organização da produção cultural das esquerdas intelectualizadas no processo de constituição da chamada “hegemonia cultural de esquerda”, no momento de recrudescimento da repressão militar na década de 1960. Muito embora este jornal não tivesse uma ampla inserção num espaço público de debates nem a visibilidade, da qual gozavam as casas editoriais, como a Revista Civilização Brasileira, é importante situá-lo como uma das organizações que trabalhavam em função da divulgação cultural e da contestação ao regime, portanto inserido numa rede de intelectuais e organizações oposicionistas, que produziam e reproduziam representações intelectuais sobre o mundo e sobre si mesmas. Estas representações pautaram, nos anos 1960, parte das discussões nos campos da cultura e da política, haja vista o exemplo que nos oferece o objeto desta pesquisa, o jornalista Arthur Poerner, que promoveu tais representações tanto em seu reconhecido livro sobre a história do movimento estudantil brasileiro O Poder Jovem quanto no período em que esteve à frente do jornal Folha da Semana