segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Poerner lotou a Fiorentina com lançamento de livro sobre o Leme

10 nov.2009

O escritor e jornalista Arthur Poerner resolveu comemorar a chegada aos 70 anos, cantando o seu bairro. Leme: viagem no tempo ao fundo da noite foi lançado, com coquetel, no dia 9 de novembro, segunda-feira, na Fiorentina, na Av. Atlântica, a cantina que foi, durante décadas, o principal ponto de encontro dos artistas e intelectuais no Rio de Janeiro. Foi a mais longa noite de lançamento do autor: cinco horas e meia, com quase 150 exemplares autografados.

O livro é uma versão atualizada, ilustrada e bastante ampliada da primeira edição, publicada em 1998, sob o patrocínio do RioArte, pela Relume Dumará, na coleção Cantos do Rio, que reuniu bairros e escritores como, entre outros, Lagoa (Carlos Heitor Cony), Vila Isabel (Aldir Blanc) e Cosme Velho (Cícero Sandroni).

Arthur Poerner, além de escritor e jornalista, é letrista (parcerias com Baden Powell, Candeia e João do Vale) e professor de Jornalismo aposentado na UERJ. Tornou-se nacionalmente conhecido nos anos 60, no intransigente combate – sempre por artigos jornalísticos, livros e palestras – à ditadura militar, o que lhe rendeu processos políticos, prisão, nove anos de exílio e, com apenas 26 anos, o título de mais jovem brasileiro a ter os direitos políticos suspensos por decreto presidencial, do marechal Castelo Branco.

A Booklink reeditou dois dos seus livros mais conhecidos: a 5ª edição de O poder jovem: história da participação política dos estudantes brasileiros, proibido em 1969 pelo ministro da Justiça Alfredo Buzaid, e a 3ª edição brasileira do romance Nas profundas do inferno, baseado nas lembranças das torturas a que eram submetidos os presos políticos no quartel da Polícia do Exército da Rua Barão de Mesquita, no Rio, onde funcionava o DOI-Codi. O Leme expõe a face boêmia desse autor e militante político.

A um bairro autenticamente carioca como o Leme não poderiam faltar características morfológicas da cidade como o morro e o asfalto, devidamente representados na apresentação deste livro pelo escritor e jornalista Cícero Sandroni, que ali residiu durante 12 anos, e pelo compositor Álvaro Maciel, diretor de Cultura da Associação de Moradores do Morro da Babilônia.


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sexta-feira, 13 de novembro de 2009



Os 70 anos do Vieira

13 de novembro de 2009
Arthur Poerner

Conheço muitos garçons cearenses de Guaraciaba do Norte, município da chapada de Ibiapaba, mas nenhum deles com a popularidade e o prestígio – comprovados inclusive em concursos e pesquisas de opinião entre boêmios – do Expedito Vieira da Silva, o Vieira, que comemorou ontem, trabalhando como em todas as noites, os seus 70 anos. Com o Lamas lotado de gente para homenageá-lo.

Vieira chegou ao Rio com 17 anos, em março de 1958, e trabalhou em várias casas noturnas, mas só veio se consagrar a partir de 1976, quando começou no Lamas, o tradicional reduto de estudantes, artistas e intelectuais que está completando, este ano, 135 anos de existência. É ali que ele se orgulha de haver servido, nos últimos 33 anos, a várias gerações de famílias como, por exemplo, a do embaixador Alexandre Addor, que presidia o Caco (Centro Acadêmico Cândido de Oliveira) quando entrei, no fatídico ano de 1964, na Faculdade Nacional de Direito.

Apesar da minha insistência, Vieira garante que jamais teve problemas com os fregueses, nem mesmo com alguns daqueles que já aterrissam em estado bastante precário no bar-restaurante que sempre foi um dos últimos a fechar na noite carioca. Das conversas com o Vieira – e esta, certamente, é uma das causas da boa forma em que se encontra – somente emergem nomes que lhe trazem boas lembranças, como, entre tantos, os atores Tônia Carrero, Karlos Kroeber e Paulo Autran, os escritores e jornalistas Ferreira Gullar, José Augusto Ribeiro, Moacyr Andrade, Nani e Jaguar, o produtor cultural Albino Pinheiro e músicos como Martinho da Vila, Paulinho da Viola, João Nogueira, Moacyr Luz, João Bosco, Aldir Blanc, Nelson Cavaquinho e João do Vale.

Vieira já está aposentado, mas só pretende parar em definitivo no próximo ano, para retornar à terra natal. Vai deixar aqui um filho, engenheiro químico, e um neto de quatro anos, além da legião de amigos e admiradores que o tornaram um dos garçons mais populares do Rio de Janeiro.

terça-feira, 10 de novembro de 2009