terça-feira, 29 de julho de 2014

O Brasil não é mais vassalo dos EUA


     Ao contrário da opinião d"O Globo", considero muito acertada a decisão do Itamaraty de convocar para consultas o embaixador em Tel Aviv. O Brasil não pode se omitir diante da gravidade do que ocorre na Faixa de Gaza, inclusive por ter presidido, em 1947, com o gaúcho Osvaldo Aranha, então embaixador na ONU, a seção da Assembleia Geral em que foi aprovada a partilha da Palestina histórica para a criação de dois Estados: um judaico, Israel, e o outro, árabe, a Palestina. Nos 67 anos desde então decorridos, Israel não fez outra coisa se não boicotar a criação do Estado palestino, isto é, o cumprimento da outra parte do acordo, sem jamais respeitar as resoluções que a comunidade internacional adotou a respeito, mediante votações na ONU. O desrespeito israelense se baseou, obviamente, no beneplácito dos EUA, mas a política externa do Brasil, felizmente, não é mais a da ditadura, que seguia a linha proclamada pelo chanceler Juraci Magalhães: "O que é bom para os EUA é bom para o Brasil." Em artigo publicado no Carnaval passado (só podia ser mesmo em dias de folia), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, numa tentativa de crítica à diplomacia da era Lula, ainda defendia o "estreitamento" das relações com Washington. Mas, estreitar ainda mais o quê ? A vassalagem ?
                                                                                              Arthur Poerner

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sábado, 19 de julho de 2014

A despedida da Marlene

   
       A Copa acabou me desviando e impedindo que desse, nesta página, a devida atenção ao falecimento, no dia seguinte ao da sua inauguração, da Marlene, a cantora e atriz que foi, com Emilinha Borba, um dos grandes ícones da era de ouro do rádio no Brasil. Em compensação, pude encontrar duas fotos de 7 de novembro de 1994, dia em que a peguei em casa, em Copacabana, para que gravasse no Museu da Imagem e do Som, que eu presidia, um depoimento para a posteridade. No qual contou que, Victória na certidão, o seu nome artístico era uma homenagem à atriz alemã Marlene Dietrich; que, nascida em São Paulo, tinha iniciado a carreira no Rio, em 1940, como vocalista da orquestra do Cassino da Urca; que, a convite da colega francesa Edith Piaf, que a vira cantando no Copacabana Palace, chegara a ficar em cartaz por quatro meses e meio no Olympia de Paris; e que tinha mais de quatro mil músicas gravadas. Esfuziante, Marlene, então com 72 anos, contagiava de entusiasmo quem a ouvisse. Inesquecível !    
      Espero que, com a próxima inauguração da nova sede do MIS, na Av. Atlântica, não só depoimentos como este da Marlene, de uma série de artistas de sucesso na música, fundada pelo Ricardo Cravo Albin, mas também das que ali criei, como "Vozes da resistência" (à ditadura) e "Vozes do povo de santo", com destacadas personalidades do candomblé no estado, alcancem um público bem maior.


Com Marlene no MIS


Marlene, Rita e eu