sábado, 3 de novembro de 2012

Coluna do Jornal da Carioca - SEM COMPROMISSO

Fw: 7 - Coluna do Jornal da Carioca - SEM COMPROMISSO
3 mensagens


Paulo Roberto 

18 de outubro de 2012 11:47 


Para: Arthur Poerner 

Querido amigo Poerner,


Estou mandando a coluna do Jornal da Carioca que saiu ontem. Nela , eu faço citação ao amigo , mas houve um equivoco que eu assumo e de joelhos, peço perdão: saiu publicado o seu nome errado o Poerner saiu sem o último "r". Quando escrevi a matéria , coloquei certo na primeira citação e na segunda cometi o erro. A revisão do jornal ( viva os revisores!) preferiu optar para a forma errada.
Perdão de novo, "muitas vezes o homem está de pé e alma de joelhos" é assim que me sinto !
beijo do Paulo

O Poder Velho (Paulo Roberto de Oliveira)

Meu amigo Arthur Poerner escreveu na década de 60, mais precisamente no ano de 1968, época em que a ditadura dominava nosso país, o livro “O Poder Jovem”. Este livro virou best seller e mudou a cabeça da juventude brasileira. Poerner, meu companheiro de boemia de todos os dias, ou melhor, de todas as noites, pode ser encontrado na Fiorentina, sentado numa mesa solitária, sempre lendo, tomando seu sacrossanto uisquinho e fumando seu suicida cigarro. Rara é a noite que não presencio algum fã aproximar-se e conversar com ele e falar d’O Poder Jovem. Ouvi, certa vez, um senhor de seus 50 anos dizer que o livro de Poerner foi a sua bíblia durante a sua juventude. Poerner com a humildade dos sábios, ouve em silêncio e eu observo da minha mesa, sempre vizinha a dele, a satisfação e o orgulho de ter contribuído para que o Brasil resistisse àquela fase triste da nossa história.
No momento que tomo conhecimento que nos próximos 10 anos a população mundial será de mais de um bilhão de pessoas com mais de 60 anos, concluo que o maior poder mundial hoje e amanhã será dos velhos.
Observo que os velhos já dominam o mundo. Imagino que se “O Poder Jovem” do meu amigo teria o mesmo sucesso se fosse escrito hoje. Acredito que aquele jovem leitor que consumiu cinco edições do seu livro, já domina o Brasil. Os jovens de 1968 são agora “cinqüentões” respeitados e representam o Brasil de hoje. Usufruem de várias conquistas e os fazem velhos privilegiados por essas conquistas que começaram na sua juventude.
Quando entro num banco e vejo guichês especiais para idosos, no metrô e nos ônibus não pagando passagem, e até o Leão do Imposto de Renda privilegia-os quando antecipa sua devolução ao resto dos contribuintes, tenho a certeza que os velhos hoje não fazem mais parte dos excluídos, pelo contrário, estão mais inclusos do que nunca. Só o Governo Federal maltrata-os com as aposentadorias ridículas e cada vez mais achatadas. Talvez porque depois dos 70 eles não tenham mais obrigação de votar e quem não vota não merece nenhuma benesse dos políticos. Eles esquecem que mesmo não havendo essa obrigatoriedade, lá estão os velhos nas urnas e participando do seu direito democrático.
Um homem velho, hoje, ganha dos jovens em várias competições da vida. O velho, além da sua experiência, está levando vantagem até na vida amorosa. As mulheres mais jovens preferem a companhia de uma pessoa que já passou da fase de deslumbramento e curte a vida de uma maneira mais equilibrada, mais real e muito mais segura. Que mulher inteligente prefere jantar numa lanchonete, num Bob’s, num McDonald’s, a sentar num restaurante acompanhada de pessoas educadas e de boa aparência? Só as alienadas e imaturas aceitam um programa desse. Por que esperar um ônibus, se o velho a levará para o programa no seu automóvel discreto e a trará de volta no conforto de um automóvel? Se o programa for um motel, não será de beira de estrada e se o desempenho sexual não for o desejado, um Viagra resolve ou ameniza a situação.
Sei que tem jovens que podem e fazem tudo isso, mas isso é a exceção. Jovens milionários como o Thor, filho do homem mais rico do Brasil, preferem sair atropelando ciclista e exibindo as carruagens que a grana do pai permite. As suas namoradas são sempre meninas turbinadas e com seus cabelos esvoaçantes, satisfazem a vaidade do seu milionário par.
Para finalizar, uma piadinha de velho: Estava o velho sentado no ônibus quando sentou-se ao seu lado um jovem punk, cabelo moicano vermelho, um enorme piercing no nariz, uma jaqueta de retalhos coloridos, um óculos verde e um cordão de metal com uma enorme medalha pendurado no pescoço. O velho começou a olhar para aquela figura pitoresca. Imediatamente, o jovem reagiu e perguntou; “Qual é velho, nunca viu um punk? Tá me olhando por quê? O velho, com a maior calma do mundo, respondeu: “Sabe, garoto, há muitos anos atrás eu transei com uma arara e fiquei pensando quando lhe vi: será que você é um filho meu?” 

Arthur Poerner 
22 de outubro de 2012 20:31
Para: Paulo Roberto

Paulo, meu querido,

muito obrigado pela gentileza ! Diante da beleza e do engraçadíssimo fecho do artigo, a falta do r no sobrenome carece de importância. É sempre um prazer reencontrá-lo(s), inclusive pela internet. Beijos pra você e Mônica, com o carinho de sempre do
Poerner

P.S..: Aproveito para enviar-lhe abaixo o link de mais um dos recentes produtos das noites na nossa Fiorentina.