quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Sobre Nas Profundas do Inferno



"Meu dileto amigo,

não posso refrear o impulso gosto e emotivo de registrar para você as minhas impressões sobre o seu livro. Terminei a leitura ontem e fiquei vivamente impressionado com a delícia do texto, a qualidade das imagens, das relações entre os assuntos, da forma com que você descreveu uma situação tão dura e dramática, chegando a pespontar alegria onde alguns só veem tristeza.

Se eu já o admirava de montão, agora então a admiração tornou-se muito maior.

Estava preparado para ler um livro de exílio, de prisão, de torturas, de arbitrariedades, de suspensão dos direitos elementares da criatura humana. E tudo isto está lá. Não faltou nada. Mas está de uma forma sublime, inteligente, vista por olhos de quem tem amor dentro de se e não ódio, ressentimentos, mágoas.

O olhar que sai das profundas do inferno é de quem é superior, de quem está anos luz à frente deste nosso mundinho calhorda, sórdido, mixuruca, dirigido por mentes primevas e que não entendem que a criatura humana - não obstante as belíssimas figuras que compõem este universo - é contraditória e portanto sensível às influências do meio em que vive.

Portanto meu caro, fique com o meu abraço, minha admiração, meus respeitos. E parabéns pelos prêmios recebidos - merecidamente - pelo seu trabalho.

Do admirador de sempre, Isnard (Manso Vieira)."

Isnard Manso Vieira 
20 de outubro de 2012 13:36
Para: Arthur Poerner Poerner

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