segunda-feira, 25 de maio de 2009

22 maio 2009, mensagem a Alaor Barbosa

O marxismo vive !

Caro Alaor,

li, com grande interesse, a série de artigos que você escreveu para o diário goiano sobre 'O que fica do marxismo'. É uma pena que seja um dos raros colegas que tratem de tema tão importante na nossa mídia. Será por falta de interesse, de conhecimento ou de ambos ?

No que se refere às suas "reflexões críticas sobre o marxismo", gostaria de ponderar, inicialmente, que, embora o até hoje insuperado estudo de Marx sobre o capitalismo estivesse, geograficamente, circunscrito à Europa industrializada do seu tempo, as conclusões básicas se aplicam, em grande parte, ao mundo que ele não conheceu. A luta de classes, por exemplo, continua vivíssima aqui, em nosso país, inclusive no Congresso Nacional, com a bancada ruralista do seu conterrâneo Caiado lutando, com êxito, para que o Brasil continue sendo o único dos grandes países do mundo que ainda não realizou uma reforma agrária digna deste nome. O fato de o governo Lula ter repassado para o agronegócio, desde 2003, quase o triplo do que destinou à reforma agrária e à agricultura familiar é, a meu ver, resultado explícito dessa permanente luta de classes no campo.

Mas, isso é tema para ensaio ou para um longo papo e em nada reduz a importância da sua série de textos, que, decerto, tiveram, justamente, o objetivo de provocar o imprescindível debate sobre tão relevante questão, sem deixar de lado o combate à canhestra teoria passarinhesca sobre o golpe e a ditadura militares.

Estou-lhe enviando o romance, na segunda ou terça.

Com o fraternal abraço do

Poerner

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