sábado, 19 de julho de 2014

A despedida da Marlene

   
       A Copa acabou me desviando e impedindo que desse, nesta página, a devida atenção ao falecimento, no dia seguinte ao da sua inauguração, da Marlene, a cantora e atriz que foi, com Emilinha Borba, um dos grandes ícones da era de ouro do rádio no Brasil. Em compensação, pude encontrar duas fotos de 7 de novembro de 1994, dia em que a peguei em casa, em Copacabana, para que gravasse no Museu da Imagem e do Som, que eu presidia, um depoimento para a posteridade. No qual contou que, Victória na certidão, o seu nome artístico era uma homenagem à atriz alemã Marlene Dietrich; que, nascida em São Paulo, tinha iniciado a carreira no Rio, em 1940, como vocalista da orquestra do Cassino da Urca; que, a convite da colega francesa Edith Piaf, que a vira cantando no Copacabana Palace, chegara a ficar em cartaz por quatro meses e meio no Olympia de Paris; e que tinha mais de quatro mil músicas gravadas. Esfuziante, Marlene, então com 72 anos, contagiava de entusiasmo quem a ouvisse. Inesquecível !    
      Espero que, com a próxima inauguração da nova sede do MIS, na Av. Atlântica, não só depoimentos como este da Marlene, de uma série de artistas de sucesso na música, fundada pelo Ricardo Cravo Albin, mas também das que ali criei, como "Vozes da resistência" (à ditadura) e "Vozes do povo de santo", com destacadas personalidades do candomblé no estado, alcancem um público bem maior.


Com Marlene no MIS


Marlene, Rita e eu

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