terça-feira, 29 de julho de 2014

O Brasil não é mais vassalo dos EUA


     Ao contrário da opinião d"O Globo", considero muito acertada a decisão do Itamaraty de convocar para consultas o embaixador em Tel Aviv. O Brasil não pode se omitir diante da gravidade do que ocorre na Faixa de Gaza, inclusive por ter presidido, em 1947, com o gaúcho Osvaldo Aranha, então embaixador na ONU, a seção da Assembleia Geral em que foi aprovada a partilha da Palestina histórica para a criação de dois Estados: um judaico, Israel, e o outro, árabe, a Palestina. Nos 67 anos desde então decorridos, Israel não fez outra coisa se não boicotar a criação do Estado palestino, isto é, o cumprimento da outra parte do acordo, sem jamais respeitar as resoluções que a comunidade internacional adotou a respeito, mediante votações na ONU. O desrespeito israelense se baseou, obviamente, no beneplácito dos EUA, mas a política externa do Brasil, felizmente, não é mais a da ditadura, que seguia a linha proclamada pelo chanceler Juraci Magalhães: "O que é bom para os EUA é bom para o Brasil." Em artigo publicado no Carnaval passado (só podia ser mesmo em dias de folia), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, numa tentativa de crítica à diplomacia da era Lula, ainda defendia o "estreitamento" das relações com Washington. Mas, estreitar ainda mais o quê ? A vassalagem ?
                                                                                              Arthur Poerner

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